quinta-feira, março 30, 2006

Tenho que estudar e não me apetece. a única coisa que me ven à cabeça é a música dos Blind Melon "No rain". Vale a pena ouvir.

No rain

All I can say is that my life is pretty plain
I like watchin' the puddles gather rain
And all I can do is just pour some tea for two
and speak my point of view
But it's not sane, It's not sane
I just want some one to say to me
I'll always be there when you wake
Ya know I'd like to keep my cheeks dry today
So stay with me and I'll have it made
And I don't understand why I sleep all day
And I start to complain that there's no rain
And all I can do is read a book to stay awake
And it rips my life away, but it's a great escape
escape......escape......escape......
All I can say is that my life is pretty plain
ya don't like my point of view
ya think I'm insane
Its not sane......it's not sane

Morrer todos os dias cansa

Recentemente chegado ao 4º ano do curso de medicina uma nova e aliciante tarefa me foi proposta: entrevistar pacientes com o intuito de recolher a história da sua doença e depois transformar toda essa informação num ficheiro sucinto e inteligível de forma que quem o consultasse ficasse com a ideia da doença que acometia o paciente em questão. Ou seja comecei a fazer histórias clínicas. Finalmente o meu estudo transcendeu as ilustrações dos atlas e dos livros de texto e finalmente eu ia ver PACIENTES. Nada podia ser melhor. Observar, analisar, investigar,testar sempre foram exercícios a que me entreguei de bom grado e finalmente ia poder fazê-los em quem mais desejei a vida toda: em pacientes. Mas quis o destino que a minha enfermaria fosse uma enfermaria de medicina constituída praticamente por uma população envelhecida acometida por uma infinidade de doenças crónicas e para a qual resta muito pouca esperança de vida (nem todas as enfermarias de medicina são assim). Não me queixo! Aprendi mais neste semestre do que nos três anos precedentes e alegra-me muito ter estabelecido relações de empatia com alguns pacientes e espero de alguma forma ter conseguido ajudá-los.Mas estas pessoas estão a morrer e eu vejo-as. Morrer todos os dias cansa mas dizem que nós nos habituamos. Não sei se quero...

segunda-feira, março 27, 2006

Vais voltar

Vais voltar. Quando te foste embora a alguns anos atrás (precisamente há oito) disse que te amaria para sempre. Que te iria amar precisamente naquele instante entre o acordar e o despertar total. No limbo entre o sonho e a realidade porque só aí era possível. Só aí os sonhos são possíveis porque após despertarmos tudo se torna realidade. E foi assim ao longo do tempo. Continua a ser. Amo-te. Certamente não tanto ou como te amava naquele tempo (nunca tinha amado assim uma mulher até então) mas ainda bem porque caso contrário seria insuportàvel . Amo-te como um amigo, como um irmão. Porque o tempo é assim: separa-nos e volta a reunir-nos. Dizem que “só Deus tem os que mais ama” mas não é verdade. Continuaste constante na minha vida, uma amiga, um porto de abrigo. Agora vais voltar já médica e eu ainda um estudante de medicina. Vens para junto de mim mas isso é só uma questão de geografia porque sabes que sempre aqui estiveste. Do fundo do coração.

Cheguei

Finalmente após anos de adiamento decidi criar o meu próprio blog. A blogosfera tornou-se quase um local obrigatório nos meus dias (como o café da manhã) e sentia pena de não ter um espaço só meu. Espero poder aqui partilhar as ideias sobre a realidade que me rodeia. Este blog não pretende ser um local exclusivo de textos dedicados à medicina apesar de naturalmente (sendo eu um estudante dessa área) eles irem predominar.